PROGRAMAÇÃO DETALHADA

O IV Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia - IV SICASA e o 1º Encontro Amazônico da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade - 1º ANPPAS AMAZÔNIA terão como tema central: “Amazônia 2030: objetivos do desenvolvimento sustentável”. Os eventos ocorrerão entre os dias 19 e 22 de setembro, em Manaus, no campus da Universidade Federal do Amazonas, sob a organização do Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (PPGCASA).
O evento está dividido em duas sessões diárias, um pela manhã (8h30-12h00) e outra pela tarde (14h00 – 17h30). Os Grupos de Trabalhos, com a apresentação oral e debates das comunicações selecionadas terão lugar na sessão matutina e as demais atividades, incluída a apresentações na forma de pôster, na sessão vespertina. Os treze GTs propostos e suas respectivas ementas são:
GT 1 - Agricultura sustentável e soberania alimentar - Estudos que abordem temas tais como o combate à fome pela garantia ao acesso a alimentos seguros, sobre a produtividade agrícola e a renda dos agricultores, sobre o acesso seguro e igual à terra, outros recursos produtivos e insumos, sobre sistemas sustentáveis de produção de alimentos e práticas agrícolas resilientes, sobre a manutenção da agrobiodiversidade e o acesso e a repartição justa e equitativa dos benefícios decorrentes da utilização dos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais associados e demais temas correlacionados.
GT 2 - Educação inclusiva, diversidade e igualdade social - Estudos que abordem temas tais como acesso livre, equitativo à educação de qualidade em todos os níveis, incluindo o superior e que consideram a educação, incluída a educação ambiental, como princípio para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, e de valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável. Assim como estudos que discutam temas sobre a inclusão social, econômica e política considerando as questões de idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra.
GT 3 - Geodiversidade e mineração – Estudos que analisam os potenciais dos recursos minerais da região para o desenvolvimento local e regional e os impactos socioambientais do garimpo e da exploração mineral empresarial em diferentes escalas.
GT 4 - Povos indígenas e desenvolvimento sustentável – Estudos que abordem as perspectivas de desenvolvimento junto a populações indígenas, incluindo as demandas por proteção, segurança alimentar, saúde, entre outras, e como bens econômicos ou recursos naturais disponíveis para satisfazer suas necessidades têm sido específicas, sendo que essa especificidade remete para a organização social, as visões de mundo e cosmologias específicas de cada povo.
GT 5 - Água e energia sustentáveis – Estudos que se dediquem a abordar temas sobre o acesso universal e equitativo a água potável e segura, ao saneamento e higiene adequados, sobre a eficiência do uso da água, sobre a proteção e restauração de ecossistemas relacionados com a proteção de recursos hídricos. De mesmo modo, estudos que busquem analisar questões como o acesso universal, confiável, moderno e a preços acessíveis a serviços de energia, a participação de energias renováveis na matriz energética, melhoria da eficiência energética, tecnologias avançadas e mais limpas, e demais temas correlatos.
GT 6 - Cidades e assentamentos humanos resilientes – Estudos que se dediquem a temas como o acesso à habitação segura, adequada e a preço acessível, ao estudo sobre sistemas de transporte seguros, em particular sobre a expansão dos transportes públicos; que debatam a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades para o planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis. Estudos sobre o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e outros. Estudos sobre as relações econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, periurbanas e rurais e sobre políticas e planos integrados a resiliência a desastres.
GT 7 - Estado, Sociedade e conflito socioambientais – Estudos que promovam reflexões acerca das relações entre o Estado e as sociedades locais face aos conflitos socioambientais no mundo rural contemporâneo da Amazônia brasileira. Que abordem as modalidades dos conflitos socioambientais resultantes das formas de uso e apropriação dos recursos naturais, por um conjunto de atores sociais, neste caso, as sociedades rurais indígenas e não indígenas, assim como o Estado e suas políticas governamentais. Estudos que destaquem as dimensões socioeconômicas, políticas e territoriais dos conflitos socioambientais enquanto fenômenos que demarcam o campo da questão ambiental atual, seus desafios e dilemas nas atuais perspectivas teóricas. Estudos que abordem as relações sociopolíticas antagônicas entre as dimensões econômicas e ambientais que traduzem a contradição entre os interesses do Estados Nacionais e as sociedades locais, na medida em que ainda ocasionam a sujeição de grupos humanos significativos à marginalização econômica, social e territorial perante as transformações oriundas dos grandes empreendimentos desenvolvimentistas na Pan Amazônia, bem como da pressão exercida sobre a utilização dos recursos naturais conduzidos pela iniciativa privada local.
GT 8 - Governança para sociedades pacíficas e inclusivas – Estudos que se dediquem a abordar temas tais como as formas de violência dentre estas o abuso, exploração, tráfico e todas as formas de violência e tortura. Estudos que evoquem a defesa do Estado de Direito, em nível nacional e internacional, e a garantia da igualdade de acesso à justiça para todos. Sobre os fluxos financeiros e de produtos ilegais, assim como sobre o desenvolvimento de instituições eficazes, responsáveis e transparentes em todos os níveis, inclusive por meio da cooperação internacional, para a para a prevenção da violência e o combate ao crime. Estudos que avaliem a eficácia, transparência e responsabilidade das instituições e a promoção da participação dos indivíduos e organizações nos arranjos de governança local, regional nacional e global.
GT 9 - Mudanças globais e uso sustentável das florestais – Estudos que visam avaliar a resiliência e a capacidade de adaptação de comunidades e regiões a riscos relacionados ao clima e às catástrofes naturais. Sobre a capacidade humana e institucional para a mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do clima. Estudos que investiguem mecanismos para a criação de capacidades para o planejamento relacionado à mudança do clima. Assim como, estudos que visem avaliar a conservação, recuperação e uso sustentável de ecossistemas terrestres e de água doce interiores e seus serviços, a conservação dos ecossistemas, incluindo a sua biodiversidade, para melhorar a sua capacidade de proporcionar benefícios que são essenciais para o desenvolvimento sustentável e estudos que visam integrar os valores dos ecossistemas e da biodiversidade ao planejamento nacional e local, nos processos de desenvolvimento, nas estratégias de redução da pobreza e nos sistemas de contas.
GT 10 - Economia solidária e consumo consciente – Estudos que se dediquem à investigar formas de produção, comercialização e consumo solidários, dentre estes aqueles que se dedicam à questões tais como políticas públicas que provam a inclusão econômica através de compras sustentáveis, sobre iniciativas de comércio justo e a defesa do trabalhado decente. Assim como estudos que investigam os impactos do consumo e o desperdício de alimentos e matérias primas e geração de resíduos ao longo das cadeias de produção e abastecimento.
GT 11 - Jovens pesquisadores – Trata-se de um GT multitemático destinado exclusivamente à apresentação e debate de estudos e pesquisas selecionadas pelo comitê científico e que tenham sido conduzidas por alunos de graduação e seus orientadores sobre quaisquer dos temas dos demais GTs.
GT 12 - Defesa e Forças Armadas na Amazônia – Estudos direta ou indiretamente ligados à Defesa e Segurança da Amazônia. Dentre estes, aqueles que abordem o uso da Força (nível político e estratégico), como a elaboração de estratégias nacionais, estratégias militares, a formulação de políticas públicas, monitoramento, a relação das Forças com a sociedade e o meio ambiente, o funcionamento e as interações das estruturas governamentais responsáveis pelo setor de Defesa na Amazônia brasileira, e, ou para além dela, na Pan-Amazônia. Estudo com abordagem interdisciplinar, que integrem diferentes pontos de vista e aspectos transversais ao tema da Defesa Nacional, tais como: a logística, o monitoramento e preservação dos recursos naturais, a interação com a sociedade, as articulações com agentes estatais e não estatais de países fronteiriços, segurança fronteiriça, operações interagências, e outros temas. Trabalhados sob óticas também diversas como as propostas pela geografia, história, relações internacionais e outras áreas afins.
GT 13 - Comunicação, cultura e desenvolvimento sustentável - Pesquisas sobre produtos e processos comunicacionais e suas relações com a ciência, a cultura, a educação, as políticas públicas e diversas outras possibilidades de interconexão com os esforços no sentido de alcançar o desenvolvimento sustentável e a inclusão social sustentada.
A programação do evento conta ainda, na sessão da tarde com quatro atividades especiais, três reservadas aos convidados e uma com vagas limitadas. A saber:
Encontro de coordenadores e representantes de PPG da ANPPAS, e das áreas interdisciplinar e de ciências ambientais na Amazônia - O encontro será coordenado pela diretoria da ANPPAS e terá como palestrante convidado representante da coordenação da área de Ciências Ambientais e Interdisciplinar da CAPES. Tem por objetivo promover o intercâmbio de experiências entre os PPGs da região e debater temas de interesse das instituições de ensino e pesquisa para a promoção da pos-graduação na Amazônia.
3º Workshop do Projeto SINBIOSE – Atividade restrita aos pesquisadores e estudantes de mestrado e doutorado vinculados ao projeto “Système d’INdicateurs de BIOdiversité à l’uSage des actEurs: Biodiversité terrestre et aquatique (Amazone et Oyapock), financiado pelo edital GUYAMAZON de cooperação entre as FAPs da Amazônia e o governo Francês.
2º Encontro da Rede Interinstitucional de Estudos dos Agroecossistemas Amazônicos (REAA) – Atividade aberta (com vagas limitadas) a pesquisadores, docente e estudantes de mestrado e doutorado dos PPGs associados e que desenvolvem o projeto “Agroecossistemas Amazônicos: sustentabilidade, segurança alimentar e conservação dos recursos ambientais”, iniciativa apoiada pelo edital CAPES-Pró-Amazônia, coordenado pelo CCA/UFAM com a participação da Universidade Federal de Roraima, Universidade Estadual de Roraima, INPA, e Universidade Federal do Tocantins.
1º Painel de debates: Defesa e Fronteiras na Amazônia – Atividade composta por quatro mesas redondas de debates, promovida pelo PPG em ciências militares do Instituto Meira Mattos da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e pelo Centro de Ciências do Ambiente da UFAM. A região amazônica figura como área prioritária nos principais instrumentos públicos que norteiam a Defesa Nacional (PDN; EDN; Livro Branco) desta forma se torna um tema relevante e atual. Pensar a(s) Amazônia(s) desde um ponto de vista integrador seja nacional como internacional, bem como sob a ótica dos diversos saberes e atores, é um desafio constante. O painel pretende fomentar debates em torno de um tema comum a Pan-Amazônia, a articulação e o pensamento sobre defesa e segurança da região. O contato entre os países, e povos, que coabitam nesta imensa região se inicia nas fronteiras, segue pelos eixos dos rios e rodovias, interligando cidades e povoados. É atravessada por diferentes dinâmicas comerciais e culturais. Dentre os principais atores na região estão os Estados nacionais (em algumas regiões sua ausência) na forma de diferentes órgãos e entidades (Forças Armadas, Forças Policiais, Aduana, órgãos responsáveis por fiscalização ambiental, entidades públicas de oferta e fomento ao desenvolvimento, educação, saúde, etc.); A sociedade civil com comerciantes, produtores, camponeses, indígenas, grupos políticos enfim toda uma gama de setores ligados à vida urbana e rural dos municípios amazônicos; além de pessoas envolvidas com ilícitos que vão do contrabando (drogas, armas, e outros), passando por crimes ambientais (madeira ilegal, tráfico de flora e fauna, desmatamento) ao tráfico humano; e em alguns locais, refugiados, migrantes, minorias e grupos étnicos encontram locais de abrigo ou transição. Todos os países da Pan Amazônia possuem Forças Armadas, elas são um ator importante na região devido as dificuldades logísticas, aos anecúmenos, em alguns locais a falta de determinadas entidades e serviços estatais que acabam sendo providos por estas instituições ou mesmo por serem entidades homologas de ambos os lados das fronteiras amazônicas o que permite uma facilidade de coordenação e operações conjuntas. Deste modo compreender o papel desempenhado pelas Forças Armadas na Amazônia extrapola pensar suas funções constitucionais ligadas à defesa do território e da soberania, mas também suas relações com a sociedade e suas influências nas diferentes dinâmicas de desenvolvimento ao longo do tempo.